Variante B.1.526 foi identificada pela primeira vez em novembro de 2020, nos Estados Unidos; não há casos registrados no Brasil até o momento.
Uma pesquisa realizado nos Estados Unidos indica que uma variante norte-americana do coronavírus pode ser até 60% mais mortal do que a originada em Wuhan, na China, quando comparada com a cepa original.
A variante Iota (B.1.526) do Sars-Cov-2 pode, ainda, ser mais transmissível e apresentar maior potencial de escapar do sistema imune do que se previa inicialmente.
O estudo foi desenvolvido pelo Departamento de Saúde e Higiene Mental da Cidade de Nova York e da Escola Mailman de Saúde Pública, da Universidade de Columbia.
A Iota foi identificada pela primeira vez em novembro de 2020, em Nova York, e não há casos registrados no Brasil até o momento. As informações são do jornal O Globo.
Pesquisa sobre variante
As conclusões foram publicadas na plataforma medRxiv no último dia 7, em um artigo ainda não revisado por outros pesquisadores. Os cientistas analisaram conjuntos de dados referentes à população de Nova York e recorreram à modelagem matemática para determinar a taxa de transmissão, a habilidade de escapar da imunidade e o índice de mortalidade dessa versão do coronavírus.
As informações utilizadas foram coletadas de 1º de março de 2020 a 30 de abril de 2021. Entre os aspectos observados estão os casos suspeitos e confirmados de Covid-19, as hospitalizações, os óbitos, o percentual de circulação de diferentes variantes do Sars-CoV-2 e a vacinação.
A partir disso, foi possível notar que houve um crescimento rápido de infecções pela variante Iota na segunda onda da pandemia em Nova York, de novembro a abril.
Quanto à taxa de mortalidade por infecção, concluiu-se que a iota aumentou esse número em 46% para os adultos de 45 a 64 anos, em 82% para a faixa etária de 65 a 74 anos e em 62% para o grupo acima de 75 anos.
No geral, a iota pode ter elevado em até 60% o risco de morte entre adultos com mais de 65 anos. A B.1.526 foi a cepa dominante na cidade de Nova York de novembro até março. Depois disso, o surgimento da variante alfa (B.1.1.7), mais infecciosa, fez com que a prevalência da iota diminuísse gradualmente.
No entanto, ainda não se sabe qual o impacto da Iota diante da Delta — cepa que se sobrepôs à Alfa, fazendo com que o número de internações no país voltasse a aumentar.
Ao jornal, o geneticista Salmo Raskin, diretor do laboratório Genetika, em Curitiba, afirmou que a Iota já chama a atenção dos especialistas “porque tem características de transmissão, escape da resposta imunológica e taxa de letalidade semelhantes à variante Alfa, uma das quatro cepas de preocupação”.
Variante de interesse
Trata-se de uma variante de interesse, e não de preocupação, conforme as denominações da OMS (Organização Mundial da Saúde). A variante de interesse é uma categoria que inclui as versões do vírus detectadas em vários países ou identificadas como causadoras de transmissão comunitária ou de múltiplos casos.
Já a variante de preocupação contempla variantes associadas ao aumento da transmissibilidade ou da virulência, à mudança na apresentação clínica da doença ou à diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública ou de diagnósticos, vacinas e terapias.
Risco para o Brasil
A variante iota já foi detectada em todos os 52 estados dos EUA e em outros 27 países, mas não há casos registrados no Brasil. Contudo, há a possibilidade de que a variante chegue ao país por meio de viagens internacionais ou em decorrência do descontrole da pandemia, que pode fazer com que essa e outras cepas surjam de forma espontânea no país.
A Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) afirmou que segue com os dados que foram divulgados até o momento, que não identificam a presença da variante Iota em Santa Catarina. Até esta terça-feira (10), o órgão estadual confirmou 36 casos da variante Delta em 20 municípios catarinenses.
Fonte: Portal ND+