Sete de setembro deixa população apreensiva

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O sete de setembro deste ano será atípico para prefeituras, movimentos em defesa dos direitos humanos, entidades estudantis e conta com a novidade da participação de movimentos organizados da direita.

Para a maioria das prefeituras, habituadas aos desfiles cívicos com os estudantes, será o segundo ano sem o evento, em virtude da pandemia da Covid-19.

O tradicional Grito dos Excluídos, organizado por militantes de esquerda, sindicatos e movimento estudantil não irá acontecer, também em virtude da pandemia.

Já o movimento Direita Araranguá, o Grupo Conservador Catarinense e os caminhoneiros, coordenados por Jair ‘Bala’, estão organizando atos.

Antes do início do ato dos caminhoneiros, haverá uma eata em Araranguá, capitaneada pelo movimento Direita Araranguá e pelo Grupo Conservador Catarinense.

A eata com a previsão de cerca de 500 participantes em Araranguá, culmina com a união ao bloqueio feito por caminhoneiros.

Dentre as pautas da eata, estão o protesto contra os impostos estaduais sobre o combustível e o gás de cozinha, que segundo os organizadores, são os responsáveis pelos aumentos de preços, além da exigência de votos auditáveis.

Vale salientar que, segundo do Superior Tribunal Eleitoral, os votos são auditáveis e que, em quase 30 anos, nunca uma fraude foi comprovada.

Outra pauta dos organizadores dos atos é a exigência do impeachment dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal – STF.

Fake News?

Semanas antes da data, áudios vindos das mais diversas partes do país deixaram a população em alerta, ao sugerir que as pessoas deveriam estocar alimentos e evitar sair às ruas.

Tanto cuidado seria devido a ausência de uma data de fim da manifestação dos caminhoneiros, que poderia durar horas ou semanas.

A redação do Portal Uaaau tentou por diversas vezes contato com o coordenador local dos atos do extremo sul, Jair Bala, e não obteve retorno.

O que se sabe é que a ideia dos manifestantes é bloquear a BR 101 e liberar o trânsito apenas para serviços de saúde e cargas vivas. O transporte de combustíveis não será liberado.

Desta forma, não se sabe ao certo se as orientações são fruto de algum exagero ou realmente uma orientação dos líderes do movimento.

Protesto denunciado

Em meio aos pedidos, o grupo #ForaBolsonaroAru, que decidiu não se manifestar em respeito à pandemia, formalizou uma denúncia contra ato, considerado por eles como anti-democrático.

Com o lema “O que não é constitucional, é ilegal e antidemocrático”, o grupo justificou a formalização à denúncia contra o Grupo de Conservadores Catarinenses.

Partindo do pressuposto de que o voto já é auditável, matéria já descartada pelo STF.

No documento protocolado, com mais de dez páginas, segundo o grupo, tem provas das ações que confrontam a Constituição Federal, além de nomes e telefones de membros do Grupo que organiza a manifestação em Araranguá.
Pedido de impeachment

O impeachment dos ministros do STF é um dos pedidos dos manifestantes que mais chama a atenção.

O presidente Jair Bolsonaro já fez o pedido ao Senado Federal, se baseando no artigo 39 da Lei 1.079/1950, alegando que o magistrado “impulsiona os feitos inquisitoriais com parcialidade, direcionamento, viés antidemocrático e partidário, sendo, ao mesmo tempo, investigador, acusador e julgador”.

O artigo 39 da referida lei estabelece alguns crimes de responsabilidade:

– Proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa;
– Exercer atividade político-partidária;
– Ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo;
– Proceder de modo incompatível com a honra dignidade e decoro de suas funções.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, declarou que “O impeachment é algo grave, algo excepcional, de exceção e que não pode ser banalizado. Mas cumprirei o meu dever de, no momento certo, fazer as decisões que cabem ao presidente do Senado.”

Por fim, ele teria dito, que “não vê fundamentos para o impeachment de qualquer ministro do Supremo.”

Fonte: Potyra Pereira