Renda média mensal de trabalhador branco é 25% superior que de pretos ou pardos em SC

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Pessoas brancas apresentaram uma média de R$ 2.778 contra R$ 2.084 dos trabalhadores pretos ou pardos em 2021.

Os trabalhadores brancos têm um rendimento médio mensal 25% superior ao das pessoas pretas ou pardas em Santa Catarina, aponta estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta sexta-feira (11).

A pesquisa mostra a cor como fator relevante na diferenciação do rendimento mensal dos trabalhadores do Brasil em 2021. No estado catarinense, por exemplo as pessoas brancas apresentaram uma média de R$ 2.778 contra R$ 2.084 dos trabalhadores pretos ou pardos.

Mesmo assim, a diferença percentual em Santa Catarina era a 5ª menor do país, atrás de Rondônia, Ceará, Amapá e Goiás, onde a desigualdade era menor.

Florianópolis tinha a terceira maior desigualdade do rendimento médio do trabalho principal entre as capitais, só a menor que as de São Paulo e Aracaju.

Na capital catarinense as pessoas brancas (R$ 4.876) tinham rendimento médio do trabalho principal 113,5% superior ao de pretas ou pardas (R$ 2.283).

Apesar disso, houve redução na desigualdade de rendimentos entre brancos e pretos ou pardos em Santa Catarina na comparação com 2012. Naquele ano, brancos tinham rendimento 36,7% superior ao de pretos ou pardos.

Ainda conforme a pesquisa do IBGE, a população catarinense era de 7,33 milhões de pessoas em 2021, das quais:

  • 81,5% eram da cor ou raça branca;
  • 14,7% eram da cor ou raça parda;
  • 3,4%  eram da cor ou raça preta; e
  • 0,4%  eram da cor ou raça amarela ou indígena.

Com esses dados, Santa Catarina tinha a maior proporção de população branca do país. Nacionalmente, pretos e pardos representavam 56,1% da população, proporção mais de três vezes superior à catarinense, de 18,1%.

Trabalho e Renda

Em Santa Catarina, a taxa de desocupação entre as pessoas pretas (9,2%) em 2021 foi mais de duas vezes superior à das pessoas brancas (4,5%), e maior também que a de pessoas pardas (7,3%).

Das pessoas ocupadas, a taxa de formalização por cor ou raça se mostrava mais uniforme, com leve vantagem para pessoas brancas (78,6%) frente às pretas ou pardas (76,3%).

A taxa composta de subutilização (que considera pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas ou na força de trabalho potencial) catarinense foi bem maior entre as pessoas pretas (16,1%) e pardas (14,3%) em relação às brancas (9,4%).

Entenda o estudo

A edição do estudo reúne um conjunto de informações com objetivo é evidenciar a existência das desigualdades que atingem a população brasileira, tendo o recorte por cor ou raça como foco de análise, dimensão importante na caracterização de aspectos estruturais que condicionam a reprodução destas desigualdades ao longo do tempo.

Traz como principais fontes de informações pesquisas elaboradas pelo IBGE, como a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), a PENSe (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) e PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), a MUNIC (Pesquisa de Informações básicas Municipais), além das Projeções da População.

São utilizados registros de outras instituições como as Estatísticas do Repositório de Dados, do Tribunal Superior Eleitoral, o Sistema de Informação de Mortalidade, do Ministério da Saúde, e o Censo da Educação Superior, do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

Devido às restrições impostas pela baixa representação da população indígena e amarela no total da população, e uma vez que a maior parte das informações provêm de pesquisas domiciliares, as análises estão mais concentradas sobre desigualdades entre população de cor branca, preta e parda.

Fonte: ND Mais