Os pontos cegos são as áreas da estrada que não podem ser vistas ao olhar para frente, para trás, ou por qualquer retrovisor e espelho lateral.
Com a alta temporada, mais veículos tomam as rodovias de Santa Catarina, gerando um alerta por parte dos órgãos de segurança para ocorrências como acidentes de trânsito. Um dos principais causadores dessas eventualidades é a alarmante quantidade de pontos cegos nos veículos.
Esses pontos são as áreas da estrada que não podem ser vistas ao olhar para frente, para trás, ou por qualquer retrovisor e espelho lateral. Como forma de orientar os condutores nesta volta das férias, o ND+ conversou com especialista na área, que podem alertar sobre esse perigo.
Por isso, é importante entendermos o que e quais são os pontos cegos. Vale ressaltar a importância de saber identificar e estar ciente seus locais e como evitá-los, já que, eles variam dependendo do veículo.
O que e quais são eles?
O “ponto cego” é a área ao redor dos automóveis que não pode ser observada diretamente pelo condutor. É comum ouvir relatos de pessoas que se envolveram em acidentes dizendo que o veículo “apareceu do nada”.
Atribuímos essa fala, muitas vezes, a desatenção e a falta de habilidade na direção. Porém, é possível que o motorista esteja dizendo a verdade.
Há pontos que não conseguimos enxergar mesmo com a ajuda de retrovisores. Uma publicação do Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), mostra com um simples imagem quais são e a diferença de veículo para veículo.


A ilustração do caminhão assusta. O caminhoneiro Antônio Marcos Chaves, técnico em radiologia, mas que atua há 30 anos com caminhões, confirma que é a situação é “para preocupar mesmo”.
Ele explica que, como já foi motorista de produtos perigosos, integrava em “um sistema muito rigoroso de regras”, onde eram constantemente exigidos cursos de segurança, porém são regras que “deveriam ser seguidas por todos”.
Marcos conta que, em Santa Catarina, a preocupação começa já no tamanho da pista onde cada uma mede uma média de 3 metros, e uma carreta grande, cerca de 2,4 metros. “Quando a gente chega no perímetro urbano é que o problema fica pior”, diz.
“É por isso que muitos acidentes acontecem. Se você não estiver muito atento, não vai conseguir ver a ponta traseira do caminhão”. Ele menciona uma frase muito disseminada no meio: “se você não ver meu retrovisor, eu não vou conseguir ver você”.

Principais pontos cegos de caminhões
Saber um ponto cego do caminhão, não é só importante para o motorista, mas para terceiros também.
Chaves começa pontuando que, mesmo na cabine, que é a parte da frente, há diversos pontos cegos. “Temos que lembrar que o motorista vai estar a uns 2 metros de altura. Então, a muito perto do veículo, não é possível enxergar. Também na dianteira da cabine, próximo a ela e no final da cabine, não conseguimos ver”, diz.
A parte de trás do caminhão, naturalmente, é um ponto cego. Ele faz um alerta para os motoqueiros que dirigem nas rodovias. “É comum na época de frio os motoqueiros andar na parte de trás dos caminhões, para se proteger do vento, mas isso necessário, urgentemente, ser evitado”.

“Até na chuva, da uma sensação de segurança, mas que, na verdade, é falsa. Cria um vácuo na parte traseira do caminhão, que deixa a moto ‘mais leve’, já que não pega vento. E, para qualquer freada, vai ser mais difícil parar”.
Agora vem o momento de maior atenção. Marcos explica que o maior ponto cedo é o lado oposto ao motorista, “em toda a extensão da cabine, até a ponta final”.
“Em momentos de curvas e manobras, em que a carreta fica em ‘L’, o retrovisor direito fica inútil. Nessas horas, se possível, é sabido pedir ajuda de terceiros”, diz.
Como evitar?
O chefe da comunicação da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Adriano Fiamoncini, também orienta os motoristas. “A forma mais fácil de diminuir os pontos cegos de um veículo é regular corretamente os espelhos retrovisores. Tanto os laterais quanto o traseiro, para ficarem compatíveis com a altura com a visão do condutor”, diz.

“Mesmo assim tem pontos cegos impossíveis de se eliminar. Nesses casos, a tecnologia pode ajudar, com a instalação de sensores sonoros ou câmeras de ré. É importante que o motorista use sempre os faróis acesos, mesmo de dia. Ajuda a ver e a ser visto. Também cuidado, principalmente, com a mudança de faixa. Toda manobra tem que ser sinalizada, com antecedência e feita cuidadosamente”, finaliza.
Marcos complementa e diz que, em viagens longas, postura e comportamento são essenciais, tanto para caminhões, como para motos e carros. “Responsabilidade; habilidade de observar a freagem; conhecimento das rotas; distância de freio; ultraagem, e o que eu sempre digo: a paciência, são os principais”.
Também é importante o cumprimento do limite de velocidade, calibragem de pneu e, para motoristas de caminhões pesados, “É de fundamental importância, atenção ao peso do veículo. A atenção é muito maior quando você está com sobrepeso. Ele danifica o veículo, danifica as estradas e diminui a vida útil do pneu”, explica.
Fonte: ND Mais