Justiça aceita denúncia sobre célula neonazista em SC; seis viram réus

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Grupo foi descoberto em uma operação de tráfico de drogas no Oeste de SC. A partir disso, a investigação chegou aos possíveis integrantes da célula nazista que atuavam em quatro cidades.

A Justiça de Santa Catarina aceitou a denúncia feita pelo MP-SC (Ministério Público de Santa Catarina) e tornou seis homens réus por integrarem uma célula nazista e praticarem crimes de racismo e disseminação do ódio com uso de armas de fogo.

Os homens estavam presos temporariamente desde 20 de outubro, mas tiveram as prisões convertidas em preventivas no sábado (17). A investigação revelou que eles agiam nas cidades de São Miguel do Oeste, ville, Florianópolis e São José. A identidade deles não foi divulgada.

“Para garantir a ordem pública pedimos a conversão das prisões em preventivas”, explicou o Promotor de Justiça Rodrigo Millen Carlin. Eles são réus por supostamente cometerem crimes de praticar, induzir ou incitar a discriminação, ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

A investigação

A Polícia Civil chegou até a célula nazista após prender um dos réus em flagrante por tráfico de drogas na cidade de São Miguel do Oeste. Durante o flagrante e a apreensão de objetos foi descoberta a célula nazista em atividade.

Segundo as investigações, o grupo chegou a se encontrar em um sítio no município de Biguaçu. No local realizaram uma série de discursos de ódio contra judeus, pronunciamentos em língua alemã e idolatrando Adolf Hitler, utilizando a bandeira com emblema da cruz suástica, cercados de misticismo nazista e realizações de rituais e até treinamentos paramilitares com porte ilegal de armas. O grupo registrava tudo em fotos, vídeos e conversas em aplicativos de mensagens.

Livros sobre nazismo – Foto: PCSC/Divulgação/ND

Ainda conforme a denúncia do Ministério Público, “os vídeos e imagens reunidos mostram que todos os envolvidos estavam neste sítio prestando apoio àquelas condutas, estando vinculados subjetivamente, na prática da discriminação, desrespeito e preconceito à religião judaica”.

Durante as investigações foi possível comprovar, ainda, que este encontro foi marcado e divulgado na internet com a intenção de divulgação ao nazismo. Na casa de um dos acusados foi encontrada grande quantidade de material de cunho racista e nazista e ainda uma série de conteúdos de pornografia envolvendo crianças e adolescentes.

Com o grupo foram apreendidos celulares, notebooks, facas, roupas com símbolos nazistas, capacetes de modelo da Segunda Guerra Mundial, apostilas e livros sobre o tema, munições, armas de fogo e diversos materiais de ideologia nazista.

Conforme o Promotor de Justiça,  “além de fotografias e vídeos do grupo cometendo atos de discriminação da religião judaica e contínua idolatria ao nazismo, veiculavam, ostentavam e difundiam símbolo que utilizava a cruz suástica para fins de divulgação do nazismo. Estavam também associados, de forma estável e permanente, para o fim específico de cometer crimes, sendo que a associação era armada”, aponta o Promotor de Justiça na denúncia.

Fonte: ND Mais