Em uma postagem feita nas redes sociais, o deputado estadual catarinense Jessé Lopes (PSL) declara ter ouvido a versão do homem que tentou por duas vezes matar Maria da Penha, dando origem à lei que leva seu nome.
Marco Antonio Heredia Viveros, foi condenado por tentar matar e deixar paraplégica a ex-mulher, Maria da Penha, em 1991, a 15 anos de prisão. Ele recorreu e conseguiu a redução da pena em pouco mais de dez anos, que foram cumpridos em liberdade.
O deputado declarou que “Sua história é, no mínimo, intrigante”, sem mais detalhes.
A Lei Maria da Penha é alusiva a um caso público, quando em 1983, o homem que fez a visita à Assembleia Legislativa na tarde de ontem, tentou ass a mulher, após sucessivas agressões.
A primeira tentativa foi com um tiro nas costas enquanto ela dormia, o que a deixou paraplégica. Depois de quatro meses, a manteve em cárcere privado e com Maria da Penha já na cadeira de rodas, tentou a eletrocutar enquanto ela tomava banho.
Nas redes sociais, internautas de todo o país se manifestaram em relação à declaração feita pelo deputado Jessé Lopes. “O intrigante caso do cara que justifica uma agressão que deixou uma mulher paraplégica…” é uma das inúmeras mensagens deixadas no instagram do deputado.
Em um outro dos muitos perfis que compartilharam a postagem do deputado em tom estarrecido, uma internauta declarou: “Eu só queria entender qual é desse povo que acha que existe um contexto em que tentar matar alguém várias vezes é aceitável.”
A Lei Maria da Penha é hoje a mais importante na proteção à mulher. Foi sancionada em 7 de agosto de 2006 com o objetivo de prevenir e reprimir a violência contra a mulher.
O fato de o agressor cumprir a pena em liberdade fez com que Maria da Penha levasse a denúncia à Organização dos Estados Americanos (OEA). Hoje ela é um símbolo de resistência, após lutar incansavelmente por justiça, ao longo de quase 20 anos.
Texto: Potyra Pereira
