Pescadores flagraram a cena rara de um boto carregando o corpo do filhote em Laguna, no Sul de SC, e acionaram a equipe do projeto PMP-BS/Udesc; comportamento é chamado de epimelético.
Um boto foi visto carregando o corpo de um filhote recém-nascido em um comportamento raro de despedida. A cena foi flagrada pela equipe do PMP-BS/Udesc (Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos) nesta quarta-feira (29) em Laguna, no Sul de Santa Catarina.

A equipe foi acionada por pescadores após observarem o boto ‘escoltando’ o recém-nascido morto. De acordo com informações do projeto, o animal seria a mãe do filhote. O último registro de algo parecido ocorreu em dezembro de 2018 em Laguna.

O comportamento é chamado de epimelético e é uma forma de despedida, onde a mãe ou algum membro do grupo carregam o corpo do boto morto por um ou mais dias. A cena é rara, segundo informou o projeto.
Equipe da Udesc e Polícia Militar Ambiental recolhem o corpo
O corpo do boto foi retirado da água pelas equipes da Udesc, que compõem o projeto, juntamente com a Polícia Militar Ambiental (PMA). Trata-se de um macho com pelo menos um dia de decomposição.

Uma necropsia para determinar as causas da morte do boto será realizada por veterinários na Unidade de Estabilização de Fauna Marinha.
O projeto
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

O projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.
Ele é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. A UDESC monitora o Trecho 1 compreendido entre Laguna e Imbituba no Sul catarinense e recebe animais para reabilitação e necropsia do Trecho 2, compreendido entre Imbituba e Governador Celso Ramos.

Caso encontre algum animal marinho vivo ou morto, entre em contato com o projeto pelo telefone: 0800 642 3341.
Fonte: ND Mais