Criada há cinco anos e com 300 atendimentos mensais, Associação dos Haitianos precisa de ajuda

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Entidade está localizada no bairro Pinheirinho, em Criciúma.

Buscando uma cidade receptiva e com economia forte, diversos imigrantes encontram em Criciúma um lar, como no caso do haitiano Pierre Paul Deshomme. Morando há mais de 10 anos no Brasil, ele encontrou na Capital do Carvão um emprego e solidariedade. Após conseguir moradia e trabalho, ele decidiu ajudar o próximo e criou a Associação dos Haitianos em 2016. Atualmente, cerca de 300 atendimentos mensais são realizados, incluindo pessoas de outras nacionalidades. 

“Atendemos haitianos, venezuelanos, brasileiros, africanos, angolanos. Para nós, não importa a nacionalidade, e sim, o ser humano. Doamos cestas básicas, roupas e ajudamos principalmente com o idioma. Muitos imigrantes não falam português e possuem dificuldade em se comunicar para arrumar emprego e fazer documentos”, conta. 

A entidade está localizada no bairro Pinheirinho e a sede é alugada. “Temos dificuldades para pagar o aluguel, por exemplo. Aos sábados, entregamos cestas básicas e temos roupas para doação”, explica. “Nós ajudamos o próximo também com ajuda que recebemos. Trabalho à noite em uma fábrica e durante o dia acabamos ajudando outras pessoas”, acrescenta. 

O presidente da associação relata que as dificuldades são constantes. “Temos problemas principalmente com o idioma, pois muitos chegam aos lugares, como na Prefeitura de Criciúma, e ninguém entende. Era importante um lugar público ter um intérprete. Muitas vezes eu tenho que me deslocar com o imigrante para uma entrevista de emprego, para fazer a carteira de trabalho, porque as pessoas não compreendem o idioma”, afirma. 

Problemas constantes 

Deshomme destaca que, atualmente, cerca de 3 mil haitianos possuem registro na Polícia Federal, todavia, o número muda todos os dias. “Nós estamos em busca de emprego e, quando não encontramos em Criciúma, vamos para outra cidade. Nosso objetivo é trabalhar”, explica. 

Sobre o trabalho, Deshomme conta que os imigrantes encontraram problemas. “Em todos os lugares existem pessoas boas e ruins. Nós recebemos ajuda de muita gente, porém quando o assunto é emprego, enfrentamos preconceito por sermos estrangeiros. Quando nos contratam, muitas vezes não temos os mesmos direitos e acabamos sendo explorados”, conta. “Aos poucos estamos conhecendo nossos benefícios e podemos cobrar também das autoridades. Temos processos trabalhistas, sim. Mas nosso principal objetivo é trabalhar, receber o salário e poder ajudar nossos familiares”, completa. 
Ajuda 

O presidente da entidade ressalta que muitas pessoas vão ao local pedir ajuda. “Nós estamos localizados em uma comunidade carente e muitos nos procuram. Tentamos ajudar todo mundo, pois a fome não escolhe nacionalidade. Mas não é sempre que conseguimos ajudar todo mundo”, afirma. Interessados em contribuir com a Associação dos Haitianos de Criciúma podem entrar em contato pelo número (48) 99817-6224. 

Câmara de Criciúma acompanha a situação 

A vereadora Giovana Mondardo (PCdoB) esteve nessa quinta-feira, dia 12, conversando com o presidente da Associação dos Haitianos e recebendo as reclamações e sugestões. Ela deve apresentar na próxima semana um requerimento ao município questionando sobre as demandas dos imigrantes. Além disso, a parlamentar criciumense buscará montar uma campanha de arrecadação de alimentos. 

Fonte: Portal Engeplus