Residência Inclusiva entra na pauta da próxima reunião da Amesc

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Uma grande ação está envolvendo a Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense – Amesc, políticos, familiares de pessoas com deficiência e toda a sociedade. O projeto Residência Inclusiva do Extremo Sul Catarinense, idealizado por Andreia Soterio, contou inicialmente com a ajuda de Flaviana Rocho e o Jailson Mota Luiz. A ideia inicial tomou corpo e hoje conta com muitas pessoas envolvidas, que abraçam a causa e a ideia da residência segura.

Um importante o para a implantação desta Residência vai acontecer no dia 13 de julho, na reunião da AMESC. Nesta reunião, todas as prefeituras dos 15 municípios que compõem a região da Amesc, dentre outras pautas, irão debater sobre o Projeto da Residência Inclusiva, juntamente com a APAE de Santa Rosa do Sul e seus idealizadores.

Andreia Soterio, que conversou com o Portal Uaaau e contou sua expectativa com a realização desta reunião: “Estávamos esperando ansiosamente que nossa pauta fosse incluída na reunião com a Amesc. A gente sabe que a agenda desta reunião é muito concorrida, com várias instituições pedindo espaço e que os prefeitos têm muitas demandas. Mas nós conseguimos uma prioridade, graças aos pedidos de tantas associações de Sombrio, de Araranguá, do Conselho das Apaes… Nosso assunto vai ser apresentado nesta reunião de terça e esperamos que os prefeitos se sensibilizem e que a partir dali a necessidade seja posta e algo seja feito para que o assunto seja efetivado. É através dos prefeitos que a Residência Inclusiva vai se tornar uma realidade. Acreditamos que a reunião vai se encerrar com muitas soluções”

Conheça o projeto

O Portal Uaaau também conversou com Flaviana Rocho para conhecer melhor o projeto da instituição. Flaviana é moradora de São João do Sul, mãe de um menino Autista de 10 anos e secretária do Conselho da Pessoa com Deficiência de São Joao do Sul – Compedesjs e do Conselho Municipal da assistência social – Cmas e diretora da APAE do município.

Ela contou ao Portal Uaaau sua principal motivação para este projeto: seu filho. “A grande preocupação das mães de pessoas com deficiência: e se eu morrer? Quem vai cuidar do meu filho?”

Flaviana relata uma triste e desconhecida realidade, “Muitas pessoas com deficiência, hoje, estão nessa situação: perderam seus pais, estão na responsabilidade de terceiros que, muitas vezes, não entendem a deficiência. Em muitos, muitos casos, abusam dessas pessoas emocionalmente, financeiramente, sexualmente e infelizmente, até violências de todos os tipos. Lutar pela Residência Inclusiva é saber que terá um lugar para meu filho ir caso um dia ele precise.”

Ela completa seu relato citando casos em nossa região: “Existem histórias muito tristes aqui na Amesc, como a de um menino autista que foi abandonado pelos pais adotivos e estava dormindo na rua. Tem relato de abuso sexual, violência física e muitos maus-tratos.”

A ideia da Residência Inclusiva do Extremo Sul Catarinense é um lar para atender a pessoas com diversos tipos de deficiência, que por algum motivo, precisem de um lar, seja pela morte de seus cuidadores ou por abandono. Hoje, já são seis municípios da Amesc com queixas de abusos ou abandono de pessoas com deficiência.   

“Nossa ideia inicial era atender 10 pessoas da região, hoje, nosso projeto é para 20 jovens e adultos com deficiência, que não disponham de condições de autossutentabilidade e de retaguarda familiar.”

Fonte: Potyra Pereira